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Victor
Magalhães
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vidas negras importam, vidas LGBT importam e é fascismo sim
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Cadeira de Barbeiro: Ética artificial?

O que me preocupa nisso é que máquinas e programas, objetos materiais que são, não podem ser responsabilizados por resultados anti-éticos ou amorais. Ética e comportamento humanísticos generoso são apanágio dos humanos. É humano desconsiderar eventuais características de outrem em prol de tratamento digno igualitário. É humano perdoar erros ou admitir falhas. Se fosse possível incluir na evolução da IA vieses humanos, nem sempre lógicos ou matemáticos, isso seria alvissareiro e positivo.

Contemplar decisões com base em simples cômputo numérico, reforçado por resultados anteriores de sucesso e fracasso, é abrir mão da humanidade que ainda temos. Não se espera de um programa com IA que, por exemplo, na análise de concessão ou não de um empréstimo a um solicitante, exiba um comportamento “humano” como é o caso da intuição e da emoção. Pelo contrário, a regra que “aprendeu” da experiência anterior será inflexível: se há riscos financeiros no investimento, ele não será feito, mesmo nos casos em que, humanamente, a decisão pareceria cruel ou imoral. No confronto insensível dos números e resultados, a decisão tomada será a logicamente vantajosa, mesmo que moralmente abjeta. Lembro do filme de Kubrick e Clarke, 2001 Uma Odisséia no Espaço, quando Hal, o “inteligente” computador de bordo que controlava a viagem da nave, decide deixar o humano (Bowman) morrer fora da espaçonave, para não colocar em risco a meta principal da viagem.